Já escrevemos por diversas vezes nesta newsletter a respeito de temas intimamente ligados à sustentabilidade. Buscamos esclarecer o termo e defendemos o desenvolvimento de políticas educacionais que incentivassem o consumo sustentável, por exemplo.

Entendemos, todavia, que por vezes as políticas que fomentam a aplicação de medidas sustentáveis e o próprio conceito de sustentabilidade podem levar à conclusão de que se trata de tema meramente teórico, desassociado de resultados concretos.

Não é o caso. Como visto em outras oportunidades, a sustentabilidade pode gerar consequências práticas aos empreendedores. Isso porque a adoção de medidas sustentáveis pode trazer diversos incentivos às empresas que as empregarem, seja por meio dos seus ativos ambientais, seja por meio da concessão de descontos fiscais.

É importante ressaltar, inclusive, que a sustentabilidade passou a nortear obrigatoriamente os processos de diversas cadeias produtivas. Até mesmo os consumidores já parecem ter adotado o conceito de sustentabilidade como diretriz que influencia na sua procura por determinadas marcas e produtos.

Hoje a sustentabilidade também parece estar intimamente ligada aos critérios objetivos utilizados para embasar as decisões de investimentos das grandes corporações. Segundo recentes resultados divulgados no evento Side Activity, realizado em parceria com a iniciativa Principles for Responsible Investment (PRI) no escritório da Bloomberg em São Paulo, no dia 17 de março, investidores e gestores de carteiras demonstram interesse cada vez maior pelo busca de informações mais objetivas e transparentes sobre a sustentabilidade para tomar decisões que permitirão um aumento nas taxas de retorno e obrigações fiduciárias no futuro.

O Carbon Disclosure Project (CDP), por exemplo, que tem a adesão de 822 investidores que administram um total de US$ 95 trilhões em ativos, comprometeu-se a incluir critérios de sustentabilidade em suas avaliações de investimento. Para tanto, o CDP elaborou diretrizes para auxiliar nas tomadas de decisão de alocação dos seus investimentos, que incluem, por exemplo, a eficiência energética, o controle do uso da água e de combustíveis de carvão e a atitude das empresas em relação à legislação ambiental.

Também presente no evento, a iniciativa Principles for Responsible Investment, formada com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), reforçou a importância da inclusão de dados objetivos para que os investidores e gestores de recursos possam tomar decisões com confiança e real potencial de preservar o meio ambiente. O PRI tem 1.400 signatários que administram US$ 59 trilhões, sendo criado para colocar em prática a inclusão de critérios de governança ambiental, social e corporativa nas decisões de investimento e nas causas defendidas por investidores.

Certamente esse é mais um indicativo de que a adoção de medidas sustentáveis por parte dos empreendedores pode alavancar o empreendimento, além, é claro, de fortalecer a imagem institucional perante o mercado consumidor.

Por: Guilherme Berger Schmitt