Ritmo de desmatamento da Mata Atlântica teve uma redução de 75% nos últimos dois anos Após figurar como segundo Estado que mais desmatou entre 2005 e 2008, Santa Catarina reduziu em 75% o ritmo de desmatamento nos últimos dois anos. Não quer dizer que preservou mais, apenas cortou árvores a menos.

O dado é da sexta edição do Atlas de Remanescentes de Florestas de Mata Atlântica, divulgado ontem pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Embora a realidade de Santa Catarina tenha surpreendido os pesquisadores, há o temor por parte de ambientalistas de que o resultado tenha reflexos negativos.

Eles temem que políticos e donos de terras usem o dado para justificar leis como o polêmico Código Ambiental, que diminuiu de 30 para cinco metros a área de preservação nas margens de rios.

O código está no Supremo Tribunal Federal (STF) e pode ser declarado inconstitucional.

Para Márcia Hirota e Mario Montavani, do SOS Mata Atlântica, e para Flávio Ponzoni, do Inpe, a pressão da sociedade após o mau desempenho de 2005 a 2008 foi um dos fatores para a redução do desmatamento em SC nos últimos dois anos. Com a melhora, o Estado caiu da segunda para a terceira posição nacional.

Minas Gerais, uma espécie de “campeão isolado”, e Paraná aparecem na frente.

A melhora é comprovada pelo desempenho dos municípios. Itaiópolis, no Planalto Norte – segunda cidade que desmatou no país no período anterior – agora aparece na 26ª posição nacional e é a terceira pior do Estado. Água Doce e São Domingos, no Oeste, aparecem na frente.

Análise foi feita com base em imagens de satélite. O atlas, que foi feito a partir de imagens de satélite do Inpe, levou em conta a nova delimitação da área de Mata Atlântica estabelecida no ano passado e alterou o período de levantamento (de quatro para dois
anos).

O estudo mapeou nove estados ou 72% da área total da Mata Atlântica. A pesquisa nos estados do Nordeste deve ser concluída até o fim do ano.
O estudo custou R$ 6 milhões e foi financiado pela iniciativa privada.

Fonte: Jornal Diário Catarinense