A arte de desaprender
A diversidade cultural vigente encontra dificuldades de abrir caminhos para o pensamento crítico das artes capaz de elaborar realidades e paradigmas sensíveis de criatividade que (re)encantem o mundo.
De maneira que as linhas sociais existentes, através de vivências e referenciais, não externizam conteúdos valorativos ampliadores das ambições sociais. Com isso inapdatam-se as identidades, diria Balzac.
E onde não há arte, a vida se afunda no cotidiano e perde significado. Daí decorre que é necessário um grande esforço para entender as transformações das culturas diferentes, que se realizam a partir da ação humana, pois cada uma é produto de certo tipo de experiências e convicções.
Assim, na “desaprendizagem” da reconstrução de preceitos, ideias, juízos, questionamentos, veredictos ou mesmo certas palavras, como culpa, família, igualdade e responsabilidade; devem ser entendidos conforme seu trajeto e domínio concreto a que pertence o nexo dinâmico atual.
Na verdade, na “desaprendizagem” dos significados estratificados pela mentalidade e pelo senso social comum que nos ensinam a compreender o que estamos realmente a falar ou escrever quando empregamos as palavras, expressões e pensamentos de nosso virtuoso comportamento cotidiano e que sustentamos, constantemente, no mundo do bem e do mal, do justo e injusto, do válido e inválido ou do certo e errado.
De resto, seríamos nós uma geração menor que não somos capazes de atualizar os discursos, romper com o velho, propor, com solidez, mudanças de paradigmas ou não termos coragem de correr riscos. Também é uma maneira de desafiar as ligações anteriores e limpar a mente de preocupações que impedem a sincronia com a evolução e benefícios do conhecimento (Discurso do Método, René Descartes).
Por: Buzaglo Dantas