Cada vez mais frequentes são as discussões a respeito da exploração do gás de xisto. Basicamente, o tema pode ser encarado sob várias óticas, algumas positivas, e tantas outras negativas.

No Brasil, assim como acontece na maioria dos países, salvo raríssimas exceções, as manifestações/comentários/textos técnico-jurídicos veiculados são, em quase sua totalidade, contrários à atividade, tendo em vista a incerteza científica que paira sobre os reais impactos que ela pode causar.

Em geral, poucos apercebem – ou simplesmente preferem se ignorar – os grandes benefícios que a exploração do gás de xisto pode trazer, se realizada adequadamente. Como exemplo, vale lembrar a situação dos Estados Unidos da América, país que há 10 anos estava sofrendo uma de suas piores crises, mas que, dentre outros fatores, com a exploração dessa fonte energética, reergueu-se e hoje está cada vez mais em ascensão.

Embora não se possa descuidar dos riscos ambientais que já foram ventilados – estes, em sua maioria, também existentes na exploração de outras fontes de energia–, não há dúvidas de que a exploração do gás de xisto, principalmente sob o viés econômico-político, traz benefícios, podendo garantir a segurança energética de quem o explora por pelo menos 100 anos.

Além de ofertar energia doméstica a preços baixos, a atividade se apresenta como um poderoso motor de crescimento econômico e, assim, uma importante ferramenta econômica, uma vez que o gás de xisto encontra amparo em um setor industrial que envolve um fluxo de capital intenso ($87 bilhões de investimentos nos EUA no ano de 2012, com previsão de que esse valor seja duplicado até o final da década e que atinja 5 trilhões até o ano de 2035).

Bem por isso, fácil constatar a tendência de amplo crescimento da demanda energética, o que, para o Brasil, em especial, pode ser fator preponderante, já que é evidente a crise que o setor energético começa a enfrentar, principalmente pelas secas que assolam o país, a redução das águas dos reservatórios naturais, o atraso das obras, etc.

Como se não bastasse, há também que se analisar a questão sob o ponto de vista dos consumidores intermediários e finais do recurso, já que estes poderão ser os maiores beneficiados se consideradas as regras do mercado estabelecidas para a atividade e os aspectos econômicos. Além disso, com o estabelecimento da indústria, abre-se a possibilidade de criação de diversos empregos diretos, o que, uma vez mais, revela-se de fundamental importância para o país, especialmente diante do nível de desemprego existente.

Portanto, olhando sob o prisma dos benefícios que envolvem o assunto, não há dúvidas que a exploração do gás de xisto pode ser um importante instrumento para alavancar a economia de qualquer país, especialmente o nosso.

Não se pretende, em absoluto, defender a exploração da atividade a qualquer custo, mas é certo que, se for realizada adequadamente, após a realização de debates e mediante o diálogo envolvendo todos os atores envolvidos (se utilizando das melhores técnicas disponíveis, com legislação rigorosa e políticas eficazes), a exploração do gás de xisto pode ser uma alternativa para o período de crise econômica que estamos vivenciando atualmente.

Por: Lucas Dantas Evaristo de Souza